quinta-feira, 23 de maio de 2013

A nova revolução sexual feminina


Les deimoselles d´Avignon. Mulheres estão prestes a testemunhar mais mudanças no comportamento sexual
Foto: Reprodução/ Obra de Pablo Picasso

Les deimoselles d´Avignon. Mulheres estão prestes a testemunhar mais mudanças no comportamento sexual Reprodução/ Obra de Pablo Picasso
Meio século depois que a pílula anticoncepcional deu às mulheres a possibilidade de controlar a ovulação e separar sexo de reprodução, uma nova revolução sexual bate à porta: o poder de controlar o desejo. Na reta final de aprovação pela FDA, agência americana que regulamenta alimentos e medicamentos, as drogas Lybrido e Lybridos (ou qualquer outra que vença a corrida pela aprovação) prometem um botão de liga e desliga para tirar do caminho qualquer obstáculo ao desejo, como mostra a prévia da reportagem da revista do jornal “New York Times” que será publicada no fim de semana. Apelidada de “Viagra feminino”, a droga, na verdade, age de forma diferente.
A Lybrido aumenta a motivação sexual central e resposta sexual fisiológica, assim como o inchaço do tecido erétil e lubrificação vaginal. E a Lybridos aumenta a motivação sexual também, mas adiciona um agente ativo para combater mecanismos de inibição nas áreas do córtex pré-frontal, segundo a Emotional Brain, empresa do holandês Adriaan Tuiten que há quase dois anos desenvolve os testes das substâncias.
Perda de libido ligada à monogamia
Quando o estudo da droga começou, em 2011, as mulheres americanas, todas em relacionamentos estáveis, candidataram-se para as 420 vagas de voluntárias. Três grupos de testes foram formados: placebo, sildenafil (composto químico da nova droga, similar ao do Viagra) + testosterona ou apenas sildenafil. A falta de desejo e a consequente angústia emocional atendiam aos critérios clínicos para Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo (ou HSDD, na sigla em inglês) e os pesquisadores identificaram a prevalência de HSDD como sendo de 10% a 15% entre mulheres com idades de 20 a 60 anos. Quando se contam as mulheres que não chegam a atingir o limite clínico elaborado, a taxa sobe para cerca de 30%. Para as mulheres de meia-idade ou mais velhas, a menopausa e suas consequências podem desempenhar um papel, embora sua importância seja muito debatida. Para outras, os antidepressivos podem ser apontados como culpados. Mas para muitas mulheres a causa da perda de libido parece estar na monogamia.
— O estudo dessas drogas tem que ser muito bem fundamentado porque a libido feminina tem vários fatores e passa por questões psicológicas fortes. Um medicamento com função vascular atenderá apenas mulheres com esse comprometimento — explica a ginecologista brasileira Elisabete Dobao, que fez especialização na área no Hospital Geral de Massachusetts. — A mulher carrega tudo para a relação: se está se sentindo feia e gorda, pouco desejada ou com problema com filhos, isso estará lá. E uma droga vai resolver o problema daquela mulher que está bem mas sem um “start” para o desejo.
As mulheres sofrem de HSDD muito mais que os homens. Psicólogos evolucionários questionam se esta não seria uma condição biológica, que os homens são feitos de impulsos sexuais mais fortes e se contentam com a mulher que está sempre perto. Ao contrário das mulheres.
Entre as voluntárias dos testes da nova droga, uma estudante de Direito não conseguia recuperar o desejo pelo namorado, com quem estava há cinco anos, mas não queria magoá-lo. Outro exemplo era uma divorciada, mãe de três filhos, que se encontrava com o mesmo desinteresse sexual pelo parceiro atual que pelo primeiro marido. Na época da separação, ela havia atribuído a falta de desejo ao marido e às crianças, mas, agora, começava a ter dúvidas sobre essas explicações.
No Centro de Medicina Sexual em Sheppard Pratt, Baltimore, a professora Linneah, de 44 anos, recebeu as pílulas de teste da coordenadora Martina Miller após responder a uma rodada de perguntas sobre seu desejo sexual, considerado baixo, embora ela tenha dito gostar de sexo com o marido e inclusive ter orgasmos com ele. Ou seja, este não era o problema.
— Há alguma coisa que me faz não querer (sexo) e eu não sei o que é — ela admite.
Desejo variável ao longo do relacionamento
O psicólogo Dietrich Klusmann, da Universidade de Hamburg-Eppendorf, na Alemanha, proporcionou um vislumbre no quarto de casais há muito tempo juntos. Com pesquisas que envolveram cerca de 2.500 voluntários, ele comparou o desejo entre homens e mulheres em diferentes estágios do relacionamento. Homens e mulheres em novos relacionamentos reportam desejo equivalente um pelo outro. Mas para as mulheres que estiveram com seus parceiros entre um e quatro anos, um mergulho começa — e continua, deixando o desejo masculino muito maior. Neste mergulho existe um padrão notável: ao longo do tempo, as mulheres que não vivem com seus parceiros mantêm seu desejo muito mais que as mulheres que vivem na mesma casa com os maridos.

Fonte: globo.com

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