O resultado foi construído a partir de um
primeiro tempo equilibrado, com atuações iniciais predominantes do
Figueirense. Antes dos cinco minutos, os visitantes já haviam tido três
escanteios em seu favor, incluindo um chute forte do atacante Marcelo
Toscano. A resposta veio na sequência. Aos 10 minutos, Eduardo Ramos
cobra falta, e com o goleiro fora do lance, Diego Barboza ajeita e chuta
à direita do gol com perigo.
O Figueirense veio armado com duas linhas de
quatro, dificultando as investidas do Papão, que ainda perdeu mais um
lance com Yago Pikachu, aos 12 minutos. A partir daí, mais uma vez
ganhou destaque a ineficiência de Janílson. O lateral-esquerdo, ao
perder bola no meio, deu margem a contra-ataque, que resultou em
cruzamento de André Rocha, para o arremate do meia Tchô. 1 a 0 para o
Figueirense. Talvez nem Janílson soubesse, mas o destino lhe daria o
retorno mais adiante. Antes, no entanto, Yago Pikachu investiu em
contra-ataque e foi derrubado na área por Wellington Saci. O pênalti foi
convertido por Marcelo Nicácio. 1 a 1, no final da primeira etapa.
Nos 45 minutos finais, o Paysandu vestiu a
camisa da raça e cresceu rumo à vitória. O antes vaiado Janílson, foi do
inferno ao céu, ao armar um cruzamento primoroso na cabeça do atacante
Marcelo Nicácio, aos nove minutos. Foi o vira-vira e a consagração do
lateral, que ganhou os gritos da torcida. Foi o suficiente para limpar a
moral do atleta e, acima de tudo, dar aos bicolores uma vitória justa e
merecida.
Até uma estrela que andava apagada brilhou...
Mal sabia ele, mas o destino de Janilson no
Paysandu, seria devidamente posto em cheque na partida de ontem. Antes,
vindo de um retrospecto desastroso, com direito a diversas vaias em
campo e comemorações ao ser substituído; contra o Figueirense pelo menos
o final foi diferente. Longe de merecer os mais calorosos elogios, mas
a atuação do lateral foi digna pela superação pessoal, ao sair do
inferno para o céu.
Quando recebeu a bola no meio-campo,
Janilson teve diversas possibilidades, mas preferiu arriscar um lance
duvidoso, que rendeu a perda da bola para o adversário. Mais infeliz
impossível. Rapidamente, o zagueiro André Rocha avançou pela direita e
preparou cruzamento. Na indecisão da zaga, o meia Tchô, sem nada a ver
com a história, só teve o trabalho de arrematar na calma para a abertura
do placar.
Janilson entrava em um precoce inferno
astral. Vaias de todos os lados, pressão da torcida e um nervosismo
visível deixavam o jogador com medo de participar do jogo, mesmo exigido
pelos companheiros. Foi difícil para ele, mas o destino resolvera lhe
dar mais uma chance. Apenas alguns minutos o levaram para a volta por
cima.
Na segunda etapa, o lateral provou que
também está vivo no elenco e, finalmente, caiu nos braços da torcida.
Quando o Paysandu crescia no jogo, pouco se esperava do atleta, até ali
totalmente criticado, mas aos nove minutos, ao receber uma bola no pé,
não pensou das vezes em avançar em direção à linha de fundo, e cruzar
na cabeça de Marcelo Nicácio. O autor, de forma incomum, foi menos
festejado do que o assistente.
“Estava numa fase que tudo o que você faz dá
errado, mas eu tive consciência de que não cheguei aqui à toa. Eu acho
que o torcedor tem direito de cobrar, eu sei que estou devendo à
torcida, mas eu fico com os pés no chão e muito feliz pela vitória”,
concluiu emocionado.
Gameleira segurou bem o abacaxi
Na primeira partida que esteve ao comando do
Paysandu, a vitória sobre o Paraná foi tida como a mais confiante até
ali. Foi a primeira participação central de Rogerinho como treinador do
Paysandu. Passado o tempo, após nova crise e demissão, Gameleira
retorna e consegue mais três pontos, a terceira vitória em 11 jogos. O
argumento segue o mesmo, e parece que só com ele os jogadores
assimilaram o quanto é preciso ter raça.
“Eles fizeram tudo aquilo que a gente pediu.
Assimilaram bem, e colocaram em prática. Saímos atrás do marcador, mas
viramos a partida. Eles estão de parabéns pela resposta positiva.
Nesse campeonato precisamos do grupo e hoje (ontem) deu certo”,
comemora o treinador interino, mantendo as características exigidas no
que diz respeito ao posicionamento e armação tática da equipe.
“Pedi atenção na marcação e na movimentação
dos jogadores. Pedi muito que eles se movimentassem e pudessem entrar
na defesa adversária. E isso aconteceu, sobretudo com o Diego, o
Eduardo, Iarley e Nicácio. O Esdras ficou mais na contenção e o Zé
Antônio jogou mais atrás da linha da bola. Dessa forma, o time soube
atuar em campo e conseguiu reverter o resultado”, detalha. “Acho que
não terá tempo para o novo treinador comandar o time neste final e
semana, mas independente disso estou aqui confiante no meu trabalho”,
desabafa.
Fonte: (Diário do Pará)
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