Recomendações
foram enviadas à Secretaria de Meio Ambiente do Pará e ao Incra
O
Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado
do Pará (MP) enviaram recomendações à Secretaria de Meio Ambiente
(Sema) e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) solicitando medidas para evitar conflitos e problemas
ambientais com a instalação de fazendas de arroz na ilha do Marajó.
A rizicultura foi iniciada na região pelo fazendeiro Renato de
Almeida Quartiero, filho do deputado federal Paulo César Quartiero,
que foi retirado recentemente da Terra Indígena Raposa Serra do Sol
onde explorava o mesmo tipo de monocultura.
A
Fazenda Reunidas Espírito Santo, no município de Cachoeira do
Arari, chegou a receber Licença de Atividade Rural (LAR), da Sema,
com autorização para explorar 2 mil hectares de rizicultura. A Sema
também concedeu outorga para captação de 9.600 metros cúbicos de
água por dia para essa plantação. Mas os procuradores da República
Felício Pontes Jr, Bruno Araújo Valente e as promotoras de Justiça
Eliane Moreira e Jeanne Farias de Oliveira advertiram a Secretaria
que é necessária a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) antes que se dê continuidade às atividades de rizicultura na
fazenda. A licença já concedida está irregular e até que seja
feito o EIA, não pode ser permitida nenhuma expansão.
O
Estudo de Impacto deve contemplar as preocupações externadas pela
comunidade da região durante as audiências públicas promovidas
pelo MP em agosto nas cidades de Cachoeira do Arari e Salvaterra: a
incompatibilidade entre o empreendimento e o plano diretor do
município vizinho, Salvaterra, a proximidade entre a plantação e a
área do lixão da cidade e possíveis irregularidades no lançamento
aéreo de agrotóxicos que estariam atingindo áreas urbanas.
Outra
preocupação do MPF, do MP e da comunidade do Marajó são com os
conflitos entre fazendeiros e quilombolas na região, que estão
sendo agravados pela chegada da rizicultura (e pela concessão de
permissões) estimulada pelo governo do Pará sem nenhuma consulta
aos atingidos. Há notícias oficiais de que o chamado Pólo de
Rizicultura do Marajó deve receber cerca de 300 mil hectares para
monocultura.
Para
os procuradores e a promotora que acompanham o caso, esse quadro se
soma à incerteza sobre a demarcação e titulação das áreas
quilombolas e coloca as populações tradicionais do Marajó em
risco. No total, existem 15 procedimentos de demarcação de áreas
quilombolas no Marajó abertos no Incra. MPF e MP quer que todos os
procedimentos sejam concluídos no prazo máximo de 180 dias (seis
meses). Antes disso, em 90 dias, o Incra deve concluir todos os
Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação das áreas
quilombolas.
Ministério Público
Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
www.prpa.mpf.gov.br
http://twitter.com/MPF_PA
ascom@prpa.mpf.gov.br
(91) 3299-0148 / 3299-0177
Assessoria de Comunicação
www.prpa.mpf.gov.br
http://twitter.com/MPF_PA
ascom@prpa.mpf.gov.br
(91) 3299-0148 / 3299-0177
Nenhum comentário:
Postar um comentário