(Foto: Elza Fiúza/ABr)
O caos na saúde
pública em Belém e um pedido de socorro foram temas de uma audiência
entre o deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSol) e o ministro da
Saúde Alexandre Padilha. A conversa, que ocorreu na última quarta-feira
no gabinete do ministro em Brasília, poderá resultar na criação de uma
força tarefa para tentar desatar o nó que se criou em torno da gestão da
Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) em Belém.
Em oito meses, o prefeito de Belém,
Zenaldo Coutinho já teve dois secretários de saúde. O segundo a ocupar o
cargo foi o médico Iuji Ikuta que deixou a pasta no final de agosto.
Desde então, a cadeira é ocupada interinamente pela enfermeira Selma
Alves, que chegou a ser cogitada para assumir o cargo em definitivo, mas
enfrentou resistência
da equipe técnica. Há cerca de um mês, o prefeito vem sondando
profissionais para assumir a Sesma, sem sucesso. “Belém vive a inusitada
situação de não ter um profissional que queira assumir a Secretaria de
Saúde. Ninguém quer se desgastar”, contou o deputado ao ministro.
Interferências
Para Edmilson, a origem dos problemas
estaria nas interferências políticas na Sesma que, segundo ele, ferem a
autonomia do Sistema Único de Saúde, cujo fundo é administrado por comissão tripartite - formada por representantes do Estado, da União e dos municípios.
“Todas as licitações estão concentradas no gabinete e as nomeações precisam ser aprovadas pelo irmão
do prefeito (o secretário de Administração Augusto Coutinho). Ninguém
aceita ser a vice-rainha da Inglaterra”, diz o deputado que é
ex-prefeito de Belém e concorreu com Zenaldo nas últimas eleições.
Edmilson levou para Brasília recortes de
jornais e, na conversa, ressaltou os problemas no atendimento à atenção
básica. “Como os municípios não têm investido nessa área, o problema se
agrava nos hospitais. Levamos dados técnicos porque não se trata de uma
questão político partidário”. Desde 2010, o governo do Estado tem
atrasado repasses do fundo para a assistência básica, o que também tem
agravado a crise no interior do Estado e contribuído para sobrecarregar
as unidades da capital.
Padilha ressaltou a importância de que cada
instância do poder público mantenha autonomia sem interferências das
demais, mas demonstrou preocupação e acenou que os problemas podem ser
alvo de reunião do Conselho Nacional de Saúde.
Fonte: (Diário do Pará)
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