A Operação “Floresta de Caxiuanã”,
realizada entre os dias 5 e 12 de junho, mobilizou homens do Grupamento
Fluvial de Segurança Pública (Gflu), Grupamento Aéreo de Segurança
Pública (Graesp) e Delegacia Especializada em Meio Ambiente (Dema), com a
parceria do Centro Gestor Operacional do Sistema de Proteção da
Amazônia (Censipam) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos
Naturais (Ibama), para o combate intensivo a crimes ambientais,
pirataria, tráfico de drogas, contrabando e prostituição infanto juvenil
na região de Portel, Breves e Melgaço, na Ilha do Marajó.
Segundo o diretor do Grupamento Fluvial Integrado e coordenador geral
da operação, delegado de Polícia Civil Dilermando Dantas Júnior, a
Floresta Caxiuanã vem sendo alvo, principalmente, da extração ilegal de
madeira. Só neste ano, foram apreendidos cerca de dois mil metros
cúbicos de toras, na região. “Vamos combater com rigor todos os tipos de
ilegalidade praticadas naquela área”, frisou o diretor.
A ação contou com o apoio de duas embarcações de ação rápida (EAT), uma
lancha voadeira, duas motocicletas, um terminal de comunicação via
satélite e um helicóptero, equipamentos do Sistema de Segurança Pública.
Para a operação, a Cesipam disponibilizou antenas de comunicação via
satélite (VSat). O Ibama garantiu suporte, por meio de informações e
conhecimentos técnicos sobre o tipo e as características das madeiras
que estão sendo extraídas de forma ilegal, além do apoio com guias
florestais.
Durante a operação foram apreendidos uma balsa com rebocador, um caminhão “Romeu e Julieta”, um caminhão tipo truck,
dois tratores agrícolas, duas carregadeiras para carregamento de toras,
um barco de transporte de material, um grupo gerador, uma motosserra,
1350 m³ de madeira em tora, 52 m³ de madeira serrada, treze brincos
produzidos com penas de araras ameaçadas de extinção e um macaco da
espécie guariba (Aloattacaraya), que estava sendo criado na
Vila Acangatá, em Portel. O animal foi levado para o zoológico do Museu
Paraense Emílio Goeldi para, posteriormente, ser encaminhado para o
Centro Nacional de Primatas, em Ananindeua.
Ao
longo da ação, os policiais aplicaram sanções administrativas. Foram
feitos dois bloqueios no Sistema do Documento de Origem Florestal (DOF)
de serrarias locais, por apresentarem informações falsas no Sistema de
Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora). Várias
multas também foram aplicadas por crime ambiental (desmatamento,
transporte e depósito de madeira sem licença).
O
presidente da Câmara Legislativa do município de Portel, Francisco
Ângelo de Oliveira Júnior, foi ao Centro de Operações, instalado na
embarcação “André Luiz”, acompanhado de treze vereadores da cidade, e
solicitou que parte da madeira apreendida seja doada ao município. O
grupo de vereadores também recebeu informações sobre a operação e de que
forma as serrarias do município estão trabalhando, se em acordo ou não
com normas federais.
Segundo o delegado Dilermando
Dantas Júnior, a madeira apreendida será entregue à Prefeitura de
Portel, a título de doação sumária, com o compromisso de ser utilizada
em ações sociais, como a construção de uma Casa de Apoio, de escolas e
de carteiras escolares, devendo a administração do município atender ao
que determina a Instrução Normativa nº 028, do Ibama. “O maquinário
apreendido também será entregue ao município de Portel, a título de fiel
depositário, aguardando decisão de autoridades competentes”,
acrescentou.
Fonte: Agência Pará de Notícias
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