quarta-feira, 29 de maio de 2013

Puty diz que espera julgamento mais justo no TSE

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA) cassou ontem, por 4 votos a 1, o registro de candidatura do deputado federal Cláudio Puty (PT) por compra de votos, abuso de poder econômico e conduta vedada a agente público durante a eleição de 2010. Ele, atualmente no exercício do mandato, anunciou que vai ingressar com embargos de declaração para tentar reverter a decisão e, se for derrotado, pretende recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reaver o mandato. “Respeito a decisão judicial, todavia dela discordo, por ter sido tomada em franca contradição com as provas colhidas no processo”, afirmou Puty, em nota.
Votaram a favor da condenação a relatora do processo, juíza Eva do Amaral Coelho, o juíz José Souza, a desembargadora Célia Regina Pinheiro e a juíza Ezilda Pastana Mutran. Contra a condenação votou apenas o juiz Macipor Lopes. O sexto juiz que completaria a corte eleitoral, João Batista dos Anjos, não participou do julgamento porque antes de chegar ao TRE atuou como advogado de defesa de Puty no processo. 
O deputado cumpre o primeiro mandato em Brasília e é apontado dentro da DS, a Democracia Socialista, corrente ideológica abrigada no PT e a qual pertence a ex-governadora Ana Júlia Carepa, como eventual candidato ao governo do Pará pelo partido em 2014.
A juíza Eva do Amaral Coelho, relatora do processo, disse ao DIÁRIO que Puty sofreu três condenações no julgamento por violações da lei eleitoral. No voto, seguido por outros três juízes, ela citou jurisprudências do TSE e de cortes eleitorais de outros estados, como a do Maranhão, onde o ex-prefeito de São Luís, Jackson Lago, teve o mandato cassado por compra de votos. 
FICHA LIMPA
Como Puty foi condenado em decisão colegiada, segundo a juíza, ele foi atingido pela Lei da Ficha Limpa e poderá ter os direitos políticos suspensos se não conseguir reverter a decisão no TSE. 
Na representação movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), o deputado - que na época, durante o governo de Ana Júlia Carepa, era o chefe da Casa Civil -é acusado de “utilizar do prestígio atribuído pelo cargo que ocupou, para obter aprovação de planos de manejo florestal irregulares ou inexistentes junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em troca de apoio político e votos”.
A base da condenação por crimes eleitorais foram as conversas telefônicas gravadas, apreensão de documentos, computadores e interceptação de e-mails pela Polícia Federal (PF), durante a “Operação Alvorecer”, que investigou tudo e remeteu mais de duas mil páginas do trabalho para a Justiça Federal. 
Segundo o MPE, graças ao trabalho da PF foi possível perceber que Puty “auxiliava terceiros a obter as aprovações de suas solicitações na Sema, ainda que eivadas de irregularidades” como forma de captar votos ilicitamente.
Deputado diz esperar julgamento mais justo no TSE
Em entrevista por telefone ao DIÁRIO, Cláudio Puty disse que respeita a decisão do TRE-PA, mas discorda da mesma e a considera absurda. “A decisão vai contra os autos do processo, O próprio delegado do caso diz que não há indícios de participação”, conta. “Vou recorrer ao TSE, onde espero ter um julgamento mais justo”.
O parlamentar aguarda apenas a publicação do acórdão, o que deve acontecer na semana que vem, por causa do feriado. Puty disse ainda que foi pego de surpresa pela decisão da Justiça Eleitoral do Pará, pois “não achava que os juízes fossem tão insensíveis aos argumentos da defesa e aos autos, sem contar que outros deputados envolvidos no mesmo inquérito foram absolvidos”. Puty disse que vem recebendo diversas manifestações de apoio e solidariedade.
“Quero ressaltar que nunca fui ouvido, nem indiciado e nem respondo a processo. Estou chateado, mas a vida segue e vou continuar meu trabalho pelo Estado”, disse o petista, que informou que, em dois anos e meio de mandato foi indicado duas vezes ao prêmio Congresso em Foco, foi duas vezes indicado como deputado em ascensão e mais recentemente indicado como um dos cabeças do Congresso, todas essas últimas pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). 
APROVAÇÃO
Já em nota, Puty disse que suas contas de campanha foram aprovadas sem ressalva. “O Tribunal Regional Eleitoral do Pará decidiu, por maioria, cassar o mandato de deputado federal, outorgado a mim por mais de 120.000 paraenses”, disse.
Na mesma nota, ressalta que nos autos do processo julgado no TRE chega a constar declaração do delegado da PF que presidiu o inquérito, nos seguintes termos: “o advogado perguntou se em algum momento da investigação existe alguma conversa ou mensagem interceptada onde o investigado ou alguém em seu nome solicita qualquer tipo de bem ou apoio político para aprovação de planos de manejo perante a Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente). A testemunha respondeu que não”. 
A direção estadual do PT avalia as consequências da decisão.

Fonte: (Diário do Pará)

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