Com a fibra do buçu, palmeira típica de Muaná, no Marajó, as artesãs produzem uma variedades de peças, entre joias, acessórios femininos e bolsas.
As ruas de rios da região do Marajó e a natureza das áreas de várzea, alagadas em boa parte do ano, dão lugar à convivência pacífica entre palmeiras de açaí e buçu. O açaí talvez todos conheçam, mas o buçu, outra palmeira típica da região, ainda é pouco conhecido. Mais comum no município de Muaná, uma dos 16 que formam o arquipélago, ele tem uma fibra que envolve o cacho do fruto, chamada tururi, que dá vida a peças como bolsas, chapéus, sacolas, presépios, bonecas e bijuterias de todas as cores e formas, pelas mãos das artesãs da Associação Flor do Marajó (Aflomar).
Algumas
peças já ganharam os mercados nacional e internacional. Nova fábrica,
que fica pronta em 120 dias, vai alavancar a produção. (Foto: Agência
Pará)
Tradição – É assim que o trabalho das artesãs da Aflomar, ou mulheres de Muaná, como também são chamadas, está se tornando conhecido no Brasil e no mundo. Benedita Martins é uma das primeiras artesãs do tururi. Há 51 anos, quando ela tinha apenas 16, tomou contato com a fibra e aprendeu a manuseá-la com as freiras da cidade. Depois disso, passou por diversos cursos de aperfeiçoamento da arte, e hoje, aos 67 anos, ainda está na ativa. Ela aguarda ansiosa a conclusão da fábrica de artefatos. “É um sonho que vai se tornar uma realidade para nós. Tenho certeza que nosso trabalho e nossa renda vão melhorar muito. Será um novo tempo”, acredita.
Segundo o gerente executivo do programa Pará Rural, Antonio Oliveira, a fábrica será o pontapé para que o artesanato do município ganhe outros mercados, no Brasil e também no exterior. “A Aflomar vai poder receber grandes pedidos. Será renda para mais 100 famílias, desenvolvimento para o Marajó e maior valorização das riquezas naturais do Pará, e o tururi é uma dessas riquezas, precisa apenas ser explorado de forma sustentável”, avalia.
Fonte: Agência Pará Noticias
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