A
Secretaria de Estado e Saúde Pública (Sespa), em parceria com o
Conselho Federal de Medicina e Conselho Regional de Medicina, lançou uma
campanha que visa erradicar os acidentes provocados pelo eixo
descoberto dos motores de barcos. Para isso, foram divulgadas peças da
Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento em um evento que reuniu a
imprensa nesta terça-feira, 5, na sede do Sindicato dos Médicos.
O projeto faz parte de uma campanha nacional, lançada em agosto, que
tem como madrinha a atriz paraense Dira Paes. Ela participa de
comerciais de TV e de peças de rádio para conscientizar a população
sobre a importância da prevenção como melhor meio de se evitar esse tipo
de acidente. A divulgação chama a atenção para as orientações de
segurança quando da utilização de embarcações para deslocamentos, entre
elas o cuidado, para crianças, jovens e idosas, em manter o cabelo
totalmente preso e coberto com bonés ou outro acessório; o cuidado com o
uso de colares e cordões e a manutenção de uma distância segura do eixo
da embarcação. Além disto, a Marinha do Brasil oferece e instala
gratuitamente a proteção do motor, sem multas ou punições aos
próprietários ou condutores de barcos.
Além
de inserções em TV e rádio, o Governo do Estado também divulgou um
gibi. A programação desta terça-feira reuniu autoridades, como o
secretário de Saúde, Hélio Franco, e promotores do Ministério Público.
Hélio Franco agradeceu a presença de todos e, em especial, de
representantes da Santa Casa, que é referência no atendimento a vítimas
de escalpelamento. Segundo ele, a meta do Estado é reduzir a zero este
tipo de acidente. Este ano, a Santa Casa já registrou seis casos dessa
natureza. "A informação e a mídia são fundamentais. Precisamos trabalhar
a conscientização das pessoas", frisou, ressaltando que o Governo do
Estado investe na prevenção para evitar o problema, que gera uma série
de transtornos físicos e psicológicos.
Leane Fiuza de Mello, promotora do Ministério Público, considerou
excelente o material de divulgação. "É um problema de saúde pública na
medida em que as pessoas não têm acesso as informações necessárias. Este
material que está sendo lançado consegue explicar o assunto com
clareza", disse, enfatizando que o Ministério Público disponibilizará as
peças às comarcas do interior para o trabalho de conscientização e
prevenção.
João Gouveia, integrante da diretoria colegiada do Sindicato dos
Médicos, também elogiou o trabalho desenvolvido e lembrou que os dados
já sofreram decréscimo. "Lembro que houve época em que estes acidentes
chegavam a 30 por ano. Hoje, temos seis. Mas queremos conscientizar a
população que se utiliza dos barcos como meio de transporte para acabar
de uma vez por todas com esse flagelo", enfatizou.
Os
acidentes têm acontecido principalmente nas regiões do Marajó,
Metropolitana, nordeste paraense, Baixo Tocantins e Tapajós. As
embarcações que navegam com o eixo desprotegido expõem os usuários a
acidentes que podem causar mutilações. Mulheres e crianças são as
maiores vítimas. A adolescente N.M, de 14 anos, foi umas das vítimas em
2012. Ela participou do evento e garantiu que, assim que voltar para
Porto de Moz, sua cidade natal, vai conversar com os vizinhos sobre o
assunto. "Estou superando esta fase e gostaria de mostrar a todos os
conhecimentos que adquiri", disse ela, que participa do Espaço Acolher,
programa que oferece classe hospitalar a vítimas de acidente.
Texto: Nilson Cortinhas / Ascom Santa Casa
Fotos: José Pantoja
Fonte: http://www.saude.pa.gov.br/index.php/noticias/754-sespa-apresenta-campanha-contra-escalpelamento
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