MPF entra na Justiça
para liberar vagas do curso de jornalismo da UFPA, suspensas pelo MEC
Suspensão
prejudica 935 candidatos que já fizeram as provas do ENEM e agora
estão impedidos de se inscrever no SISU ou de ingressar por meio do
Processo Seletivo da UFPA
O
Ministério Público Federal pediu à Justiça Federal em Belém que
assegure os direitos de 935 candidatos que já fizeram as provas do
Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para o curso de jornalismo da
Universidade Federal do Pará e agora estão impedidos de pleitearem
vagas no curso, tanto pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu),
quanto pelo Processo Seletivo da UFPA. O ingresso no curso de
jornalismo foi suspenso por decisão do Ministério da Educação
(MEC) depois que o curso obteve notas baixas no Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (Enade).
“Tal decisão,
observe-se, só foi tomada pelo MEC em 06/12/2013, portanto, somente
após o Edital do Processo Seletivo da UFPA (setembro/2013) e a
realização das provas do Enem (outubro/2013). Quando já havia 935
candidatos que se inscreveram e fizeram, regularmente, as provas em
vistas de almejadas vagas no Curso de Comunicação Social –
habilitação em Jornalismo, como previsto no Edital, que vincula
tanto a Administração Pública quanto os candidatos”, diz a ação
do MPF.
Para o Procurador
Regional dos Direitos do Cidadão, Alan Mansur Silva, o MEC não
poderia ter causado tamanho prejuízo aos candidatos, que se
inscreveram e fizeram as provas quando as vagas de jornalismo estavam
liberadas pelo próprio Ministério. “Há uma tentativa de mudar as
regras editalícias durante a vigência do certame, o que deve ser
impedido pelo Poder Judiciário”, diz na ação enviada hoje à 2ª
Vara da Justiça Federal em Belém. A juíza Hind Ghassan Kayath é
quem vai apreciar.
O MPF pede que o juiz
libere com urgência as 30 vagas de jornalismo previstas no edital da
UFPA desse ano, ordenando a suspensão do ato do MEC que bloqueou as
vagas e ofertando-as, tanto dentro do Processo Seletivo da
Universidade quanto por meio do SISU.
A Universidade chegou a
recorrer administrativamente da medida do MEC, mas o Ministério
pediu mais prazo para dar resposta. Como as inscrições no SISU se
encerram amanhã (10/01), o MPF considera urgente que a Justiça
resolva a situação.
“No recurso
administrativo protocolado pela UFPA no MEC, a instituição afirma
que a nota 2 obtida no ano de 2009, para o curso de jornalismo, foi
revista e aumentada para 3, após a visita in loco do MEC, no ano de
2011. Tal fato, retiraria o curso de jornalismo da UFPA do
enquadramento realizado no despacho que determinou a suspensão de
ingresso de novos alunos”, narra a ação do MPF. Com base nessa
informação, o MPF pede que a Justiça, ao final do processo, torne
nulo o ato do MEC que suspendeu o curso de jornalismo.
“O prejuízo
revela-se irreparável tanto a esses candidatos, que não terão
outra alternativa, senão aguardar mais um ano para prestar novo
vestibular, quanto ao reconhecido curso de jornalismo da UFPA, o
único curso de jornalismo em universidade pública na Amazônia e,
assim, a toda a sociedade paraense e amazônica, que tem neste curso
o único que habilita estudantes para esta fundamental atuação na
sociedade”, conclui o MPF.
Processo nº
17-20.2014.4.01.3900
Fonte: Ministério Público
Federal no Pará
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